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7 de maio de 2011

AF447, as peças do quebra cabeça começam a ser reveladas...

O primeiro corpo de uma vítima do acidente do Airbus da Air France, que voava entre Rio de Janeiro e Paris e caiu no Oceano Atlântico em 2009 com 228 pessoas a bordo, foi recuperado nesta quinta-feira, poucos dias depois da descoberta das caixas pretas, que podem explicar as razões da catástrofe.

O corpo foi recuperado por equipes de resgate a 3.900 metros de profundidade, informou a Direção de Polícia Francesa (DGGN). Vários corpos foram localizados porque permanecem atados aos assentos do avião, que caiu no Atlântico pouco depois de decolar do Rio de Janeiro, segundo a DGGN, que destacou a dificuldade da operação de resgate.

"Depois de uma tentativa infrutífera, o corpo de uma vítima do voo AF447, que caiu no Atlântico em 1º de junho de 2009, pôde ser levado a bordo do navio 'Ile de Sein'" na manhã desta quinta-feira", afirma o comunicado. As tarefas de resgate dos corpos que permanecem nos destroços do Airbus, iniciadas na quarta-feira, prosseguirão nos próximos dias.

A operação acontece com um pequeno submarino e vários robôs teleguiados a 3.900 metros de profundidade. "Os restos mortais, que permeneceram submersos durante dois anos a uma profundidade de aproximadamente 3.900 metros, ainda atados a um assento da aeronave, pareciam deteriorados", completa a DGGN, que admitiu que existem "fortes incertezas" sobre a recuperação dos corpos. Içados a bordo, os restos mortais (assim como destroços e caixas-pretas) serão transportados agora para a cidade de Caiena, na Guiana Francesa, de onde partirão para a França.

Os destroços do Airbus foram localizados no início de abril em águas brasileiras, a 3.900 metros de profundidade, em uma zona de 600 por 200 metros, durante a quarta fase de buscas para localizar as caixas pretas do avião, que começou em 25 de março.
"Os investigadores da polícia retiraram mostras no local, que serão enviadas na próxima semana, junto com as caixas pretas, a um laboratório de análises para determinar a possibilidade de uma identificação das vítimas por DNA", completa a DGGN.

Na terça-feira, os investigadores franceses anunciaram a recuperação da segunda caixa preta do avião, a que grava o áudio da cabine do piloto. As causas do acidente do Airbus A330, que ainda não foi explicado e matou 228 pessoas de 32 nacionalidades diferentes, entre elas 72 franceses e 59 brasileiros, podem ser conhecidas depois da análise das caixas pretas resgatadas nos últimos dias.

Ainda é preciso descobrir se os gravadores da aeronave são legíveis, os únicos que permitiriam determinar as causas exatas da catástrofe. A investigação do acidente do voo Rio-Paris custou 35 milhões de euros (sendo que nesta fase ainda serão gastos mais US$ 12,5 mi). A ministra francesa de Ecologia e Transportes, Nathalie Kosciusko-Morizet, afirmou ao jornal La Tribune que o avião não explodiu porque foram encontrados destroços intactos da cabine da aeronaves, onde há corpos dentro, alguns deles "identificáveis".

Ainda não se sabe se os corpos que agora forem resgatados ajudarão a definir a dinâmica do acidente. A primeira perícia dos cadáveres permitiu indicar que a aeronave caiu "de barriga" no Atlântico. Isso porque 95% dos corpos analisados pelos legistas de Fernando de Noronha, em 2009, apresentavam fraturas no terço medial das pernas, nos braços e na região do quadril - semelhantes aos verificados em pessoas que caem de grande altura. Na avaliação dos legistas, esse é um indício de que alguns passageiros estariam sentados em suas poltronas no momento da queda.

De acordo com especialistas, provavelmente houve despressurização da cabine, conforme indicou uma das mensagens enviadas pelo avião. Mas não foi 100% possível afirmar que as vítimas morreram por causa disso, mesmo tendo sido achadas petéquias (lesões) em muitos corpos.

Apesar das dúvidas sobre a possibilidade de os corpos indicarem mais algum detalhe, Alain Jacubowicz, advogado da Associação Ajuda Mútua e Solidariedade, observou que "as autoridades fazem o que podem". "Não seria possível deixar os corpos onde estão."

Quanto à polêmica gerada pelas caixas pretas, se a França não quiser submeter as caixas-pretas do voo AF 447 à análise de um segundo país, nada a obriga a fazê-lo, de acordo com a Organização da Aviação Civil Internacional (Icao, na sigla em inglês). A Associação das Famílias das Vítimas do Voo AF 447, representando os familiares brasileiros das vítimas do acidente, havia solicitado uma análise isenta dos gravadores das informações do voo para o ministério dos Transportes da França e até para o presidente do país, Nicolas Sarkozy.

"Nenhuma norma internacional obriga a França a enviar as caixas-pretas para outro país", afirmou ao Terra Denis Chagnon, chefe da Comunicação da Icao, agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para a coordenação e a regulação do transporte aéreo internacional. "Se ela quiser, é evidente que pode fazê-lo. Mas o anexo 13 da Convenção de Chicago é bem claro sobre as responsabilidades da investigação de um acidente aéreo e, neste caso, não restam dúvidas de que cabem inteiramente à França".

A Convenção de Chicago - da qual 52 países são signatários, entre eles o Brasil - estabelece as regras internacionais de aviação civil, tais como as de segurança, as de direitos e deveres dos países envolvidos e de matrícula das aeronaves. O anexo 13 estipula que uma hierarquia de responsáveis no caso de um acidente aéreo: em primeiro lugar, o país da matrícula do avião, seguido pelo país da empresa à qual pertence a aeronave, e, por último, o país onde o avião foi construído. Nos três casos, a França é a principal envolvida. O Brasil, explica Chagnon, pode ter, voluntariamente, um papel na investigação enquanto "parte envolvida", mas não tem nem o direito nem o dever de interferir nas investigações.

Em no máximo 10 dias, estima o BEA, as caixas-pretas deverão chegar na França, onde serão lidas. Durante o trajeto, serão mantidas imersas na água em duas caixas lacradas, para evitar deterioração. O coronel da FAB Luís Cláudio Lupoli, do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) é o único brasileiro que acompanha as buscas em alto-mar a bordo do navio Île de Sein.

Nesta terça-feira, o Ministério dos Transportes da França - ao qual está submetido - anunciou que especialistas americanos, britânicos, além do brasileiro, dos franceses e de um representante da Justiça, estarão presentes no momento em que as caixas-pretas forem abertas. "Nós não temos nenhum medo em particular, mesmo sem saber o que os investigadores vão encontrar", afirmou Thierry Mariani, o secretário de Estado dos Transportes. "O mais deplorável seria ignorar os ensinamentos deste acidente. É preciso conhecer a verdade sobre este drama, sejam quais forem as causas", afirmou.

"Desejo ardentemente que os dados possam ser explorados e contribuir para trazer às famílias das vítimas, à nossa companhia e à comunidade aérea as respostas às questões em aberto há quase dois anos", disse o diretor-geral da Air France, Pierre-Henri Gourgeon, em comunicado divulgado hoje pela empresa.

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