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6 de setembro de 2011

MOP de Guarulhos já está operante e ... bem, é só isso mesmo


Inaugurado ontem, o Módulo Operacional Provisório (MOP) do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos (Cumbica), não será provisório. É o que diz a Secretaria de Aviação Civil e a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) sobre o novo terminal, chamado de "puxadinho", com capacidade para receber 1,2 mil passageiros por hora.

"O nome está errado. Esse terminal vai continuar servindo Cumbica por um bom tempo", disse o presidente da Infraero, Gustavo do Valle. "O terminal é agradável, limpo, confortável. É um engano achar que isso não pode ser uma solução de longo prazo para o aeroporto."



O "puxadinho" de Cumbica fica em uma área remota no meio do pátio de aeronaves, desconectada dos terminais principais, e serve apenas para embarque. O passageiro continua fazendo o check-in e o despacho de malas no guichê da companhia nos Terminais 1 e 2 e, se a aeronave estiver estacionada perto do MOP, o embarque provavelmente se dará pelo "puxadinho". Ônibus da Infraero levarão os passageiros até o novo terminal.



O espaço conta com seis portões de embarque, sistemas de monitoramento eletrônico de segurança, Sistema Informativo de Voos, ar condicionado, sanitários, lanchonete, tomadas elétricas, sistema de som e itens de acessibilidade, como rampas de acesso, sanitários adaptados e piso tátil.

Inicialmente, qualquer companhia poderá fazer o embarque pelo MOP, mas Webjet, TAM e Avianca geralmente param nas posições mais próximas do terminal.
"Foi uma obra que pôde ser feita rapidamente, em apenas quatro meses, para atender o aumento da demanda. Para aeroporto, é preciso pensar em soluções alternativas", afirmou o ministro Wagner Bittencourt, da Secretaria de Aviação Civil.



O ministro-chefe da Secretaria da Aviação Civil, também afirmou que alguns termos utilizados para designar os novos terminais de embarques de passageiros que a Infraero vem inaugurando em aeroportos do país são "depreciativos" e acabam por desmerecer "o esforço feito em tempo recorde".

O ministro participou da inauguração de um Módulo Operacional de Embarque no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo. Participaram da cerimônia o prefeito de Guarulhos, Sebastião Almeida, o presidente da Infraero, Gustavo do Vale, e demais autoridades ligadas à aviação civil.

Ao ser questionado se o novo terminal provisório se trata de um "puxadinho", Bittencourt respondeu: "Claro que não é (um puxadinho). Isso é um terminal, e a gente devia devia encher a boca para falar isso". Antes, em seu pronunciamento, durante a inauguração, Bittencourt lamentou o uso de expressões "depreciativas". "Às vezes, quando a gente fala um termo assim, um módulo operacional, algumas outras terminologias menos adequadas, a gente deprecia um ativo, um esforço que foi feito em tempo recorde de quatro meses", disse.

No entanto, o ministro, ao iniciar a entrevista, admitiu se tratar de um terminal provisório. "O terminal, como estamos vendo aqui hoje, pode ser chamado de provisório, mas gostaria de chamar apenas de terminal, porque tem uma qualidade tão boa como outros terminais", afirmou. Diante da insistência dos questionamentos, Bittencourt mudou o discurso e foi taxativo: "Nenhum deles é provisório; é fixo e vai atender a população. Temos que ter todas as alternativas, não apenas o terminal tradicional, como o TPS 3, que deverá ser concluído em 2013".

O presidente da Infraero, por sua vez, defendeu a celeridade com que o novo terminal do aeroporto internacional de Cumbica foi construído. “A pressa é porque o nosso grande problema se chama Natal e Ano Novo. O terminal não é para a Copa de 2014. O Natal é o nosso pico de demanda em Guarulhos. Hoje, estamos no limite da nossa capacidade”, afirmou Gustavo do Vale.

Vale reconheceu ainda que a Infraero foi surpreendida pelo aumento da demanda de passageiros em 2011 e que Cumbica pode entrar em colapso no final do ano. “A Infraero foi surpreendida pelo aumento no número de passageiros. A estimativa para o mês de dezembro é de um crescimento de 24%, o que não aconteceu nos anos anteriores. Acreditamos que nas férias de dezembro podemos ter um colapso de atendimento em Guarulhos. Isso não estava previsto no ano passado”, disse.

Hoje, Cumbica tem estrutura para 20,5 milhões de pessoas e já recebe 30% mais que isso. Números da própria Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) mostram que o aeroporto vai fechar o ano com 31 milhões de passageiros.
As próximas obras de infraestrutura previstas para Cumbica, porém, estão na mira da Justiça Federal. A Procuradoria da República pediu a imediata paralisação das obras dos terminais remotos de 24 mil metros quadrados que vão ocupar a antiga área dos galpões de carga da Vasp e da Transbrasil.

A justificativa é que o contrato da obra foi feito sem licitação pela Infraero, ao preço de R$ 85,75 milhões, com previsão de entrega da primeira parte em dezembro. A Procuradoria quer agora que o contrato com a Delta - construtora escolhida para fazer a obra - seja anulado e a estatal abra um processo de concorrência.

Gustavo do Vale garantiu que o cronograma de obras em Cumbica será mantido. "Não temos nada para esconder. Vamos responder ao Ministério Público. A Justiça nos deu 72 horas e vamos explicar todas as razões pelas quais optamos por fazer aquela obra de forma emergencial", disse, sobre o terminal que está sendo construído onde estão localizados os galpões de carga da Vasp.

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