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9 de novembro de 2011

Treinamento maior que o esperado

A All Nippon Airways precisou de um período mais longo para treinar seus pilotos para o novo avião Boeing 787 do que o fabricante e os especialistas em segurança de aviação esperavam, uma surpresa que a principal rival da Boeing, a Airbus tem explorado.

O programa de treinamento da ANA para os primeiros grupos de pilotos que voariam com o 787 Dreamliner foi de aproximadamente cinco semanas, dizem representantes da companhia aérea. Já a Boeing, sediada em Chicago, tem prometido há anos que uma das maiores vantagens da nova aeronave é que iria requerer um período curto e relativamente simples de treinamento, normalmente de uma semana ou menos para muitos pilotos.

A diferença tem consequências de custo e segurança importantes para a ANA e outras companhias aéreas que estão esperando a entrega de centenas de 787s. Normalmente, quanto mais longo o treinamento obrigatório de pilotos para tripular uma aeronave, maiores são os custos.

A redução da duração do treinamento de pilotagem se transformou num importante ponto de competição entre a Boeing e a Airbus, uma unidade da European Aeronautic Defence & Space CO. Em muitas companhias aéreas na Europa e em outras regiões, apenas dois ou três dias de treinamento são requeridos para pilotos mudarem entre certos modelos Airbus. O marketing da Boeing para o 787 salienta que pilotos do 777 poderiam mudar para o novo modelo com não mais do que cinco dias de treinamento.

Executivos da Airbus estão tentando usar o tempo requerido pelo treinamento da ANA para o 787 como uma maneira de promover seus próprios aviões, argumentando em seus recentes discursos de vendas que as aeronaves da Airbus são uma melhor escolha, em parte, porque o treinamento de pilotos é mais rápido e, portanto, tem menor custo, de acordo com pessoas do setor.

Uma porta-voz da Airbus não quis comentar se o longo tempo de treinamento da ANA para o 787 tem sido usado pela companhia para promover seus aviões.

O diretor do departamento de atendimento ao cliente da Boeing para treinamento de voo, Roei Ganzarski, disse que a ANA optou por "alguns passos extras". Essa foi "a escolha que eles fizeram junto com as autoridades japonesas" para "apresentar essa nova marca de aeronave". Ganzarski não quis comentar sobre o tempo de treinamento adotado por outras empresas aéreas.

A Boeing faz recomendações, mas cada companhia aérea individualmente e cada órgão regulador nacional tem a última palavra sobre o conteúdo e a duração dos programas de treinamento.

A ANA, o cliente que inaugurou o Dreamliner, recebeu dois aviões até agora. Outras empresas ao redor do mundo estão agendadas para começar a voar os 787 durante o próximo ano quando a Boeing acelerar a produção do modelo.

Separadamente, ontem a ANA comunicou um problema com o trem de pouso de um de seus 787. O voo em questão atrasou 30 minutos por causa do problema, que a companhia aérea classificou como "pequeno". A tripulação teve de baixar o trem de pouso manualmente devido à falha. Ninguém se feriu.

Na semana passada, o chefe do departamento de treinamento da ANA para o 787 disse ao The Wall Street Journal que o plano original tinha importantes falhas no duração de treinamento, o que levou a empresa a expandir substancialmente o tempo de treino.

"Nós incluimos o que achamos que era necessário"disse o Hideaki Hayakawa. Ele disse que a companhia aérea não planeja reduzir o tempo de treinamento. "Até aqui, nós não temos intenção de mudá-lo", acrescentou.

Especialistas em segurança da aviação afirmam que as empresas japonesas são amplamente conhecidas por serem muito cautelosas quando introduzem novos modelos, então as cinco semanas de intervalo podem não ser adotadas por companhias de outras regiões.

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