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5 de maio de 2012

Viracopos perde mais uma empresa aérea

A companhia aérea TAP Portugal vai suspender os voos operados pelo Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), para Portugal, a partir de outubro. As ligações entre São Paulo e Lisboa serão concentradas no Aeroporto Internacional de Guarulhos até março de 2013, no período de baixa temporada da companhia. A empresa opera, desde julho de 2010, três voos regulares internacionais por semana saindo de Campinas para a Europa. A TAP é a segunda companhia aérea que decidiu suspender os voos em Viracopos. Desde 11 de abril, a Pluna Linhas Aéreas Uruguaias não opera mais voos para Montevidéu partindo de Campinas, mas a empresa alega que pode retomar as operações a partir de junho.
Entre os motivos que levaram a TAP Portugal a suspender os voos em Campinas estão a falta de estrutura de Viracopos e a inexistência de serviços de catering e de free shop - área franca para comercialização de mercadorias nacionais e estrangeiras. com isenção ou redução de impostos-, "indispensáveis em qualquer aeroporto com voos internacionais", segundo a empresa.

Em nota enviada às agências de turismo, a companhia aérea informou que espera que, até março de 2013, o aeroporto de Campinas ofereça melhores condições aos passageiros da TAP, para assim retomar os voos regulares. Segundo a assessoria de imprensa da companhia aérea, a suspensão foi avisada com antecedência aos passageiros e aos órgãos competentes e que nenhum cliente será prejudicado com as mudanças.
A Infraero informou que a área destinada às lojas de free shop está pronta e que a empresa vencedora da licitação, a Dufry, está em processo de regularização dos produtos que serão comercializados com a Alfândega.

O serviço deve ser inaugurado até o fim de maio, segundo a assessoria de imprensa da Infraero. Sobre a falta de estrutura do aeroporto, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária informou que ainda não foi avisada oficialmente pela TAP Portugal sobre a suspensão dos voos e que, por isso, não vai se manifestar sobre as reivindicações da companhia aérea.

O presidente do Campinas e Região Convention & Visitors Bureau, Sérgio Bica, recebeu a notícia da suspensão com desânimo. "Isso dificulta ainda mais a vinda de eventos internacionais para Campinas. Se você tem uma estratégia para captar eventos desse porte para a cidade e não tem um voo internacional regular em Viracopos, é ainda mais complicado", diz Bica.
Ele explica que os congressos internacionais movimentam muito a economia de Campinas, já que um visitante estrangeiro a negócios gasta, por dia, US$ 400, o dobro de um visitante brasileiro a negócios. "Quando um voo internacional é suspenso, a candidatura da cidade para um evento de grande porte perde muitos pontos", lamenta o presidente do Campinas e Região Convention & Visitors Bureau. 

Sérgio Bica também aponta com uma das principais deficiências de Campinas a falta de um centro de convenções. "Esse seria o grande salto qualitativo para aumentar o poder da cidade para atrair esses eventos", explica. No dia 16 de maio, será lançado um novo programa de captação de eventos internacionais na cidade. A expectativa é receber 30 eventos por ano até 2014. 

"A cidade de São Paulo está saturada e apresenta, atualmente, uma série de desvantagens. Campinas está na contramão disso, mas precisa melhorar o aeroporto e oferecer outros atrativos", conclui o presidente do Convention & Visitors Bureau. Juarez Cintra, da Ancoradouro, e Mauro Shwartzmann, da Costa Brava – ambas empresas com sede em Campinas – também estão indignados com a suspensão do voo da Tap no aeroporto de Viracopos. 

“Parece que todos estão míopes nesta cidade! Ninguém fez nada para que o aeroporto contasse com mínima estrutura para receber voos internacionais: nem Infraero, nem a Câmara de Vereadores e nem a prefeitura de Campinas e região. Viracopos é uma piada de mau gosto. Não temos sala vip para os passageiros de classe executiva, nem desembarque especial. O freeshopp nunca veio. O embarque e desembarque de passageiros no terminal é um horror”, diz.
Schwartzmann também está inconformado. Ele salienta que a Tap fez um investimento enorme, já que Viracopos e a própria região são muito importantes para a companhia, e a Infraero, por sua vez, fez somente promessas de melhorias “fundamentais” para o sucesso da operação. 

“Conversei várias vezes com o Mário Carvalho, pedindo para ´aguentar mais um pouco´, mas me coloco no lugar dele e de quem decide na Tap. Viracopos está uma rodoviária de quinta! Muitos dos passageiros que voam para Europa com a Tap optam por Guarulhos, apesar do tempo de estrada e da Marginal Tietê. O estado a que está relegado este nosso aeroporto é um crime”, opina. 

O acesso a Viracopos, com congestionamentos, também é citado por Schwartzmann. “Dentro do aeroporto é fila para tudo, passageiro após passar pelo controle de passaporte não tem mais acesso a um bar, um café, um sanduíche! Mesmo os que viajam em classe executiva e pagam um bom dinheiro pela passagem. No desembarque a espera pela bagagem é outro drama, as esteiras são dos tempos dos Electras! É triste para nós, que vemos mais uma frustração com Viracopos! Não podemos culpar a Tap, que em minha opinião aguentou mais tempo do que imaginávamos! A Pluna também não aguentou, esta é a verdade!“, finaliza.

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