O parceiro industrial da Boeing no programa Super Hornet – a Northrop Grumman – assinou Memorando de Acordo (MOA) com duas empresas sediadas em Itajubá que podem ampliar suas capacidades de usinagem de precisão para a indústria aeroespacial e de defesa. Os acordos com a GNS Indústria e Comércio e com a RCS Usinagem de Precisão preveem que cada empresa explore projetos específicos com a Northrop Grumman e seus fornecedores para componentes de usinagem de precisão em alumínio e seus sub-conjuntos.
"A GNS e a RCS são fabricantes experientes de usinagem de precisão, trabalhando para as indústrias petrolífera, automotiva e de aço, e já fizeram incursões no ramo aeroespacial", afirma Steve Hogan, vice-presidente da Northrop Grumman e gerente do programa F/A-18. "Nossos especialistas em usinagem avaliam essas duas empresas como bem posicionados para maiores oportunidades nas indústrias aeroespaciais e de defesa."
Os acordos são resultado de uma avaliação de março de 2012, que analisou empresas no estado de Minas Gerais sobre as capacidades aeroespaciais locais para identificar oportunidades de trabalho com a Boeing, seus parceiros industriais no programa Super Hornet e sua extensa rede de fornecedores. A avaliação liderada pela Boeing e com colaborações de parceiros é parte do engajamento industrial contínuo em todo o Brasil em apoio ao F/A-18E/F Super Hornet na concorrência brasileira F-X2 para caças a jato.
"As empresas brasileiras continuam a demonstrar suas capacidades aeroespaciais e a Boeing e seus parceiros industriais estão comprometidos em identificar oportunidades para trabalharem conosco e nossa extensa cadeia de fornecedores", afirmou Megan Weinstock, Gerente de Gestão de Suprimentos para suporte de parcerias estratégicas internacionais, da Boeing Defense, Space & Security. "Estes esforços são fundamentais para criar relações comerciais de longo prazo com empresas que podem oferecer as melhores soluções aos nossos clientes."
A Northrop Grumman fabrica a fuselagem central e dianteira do Super Hornet, além dos estabilizadores verticais. A companhia norte-americana Boeing já gastou mais de US$ 5 milhões na campanha para vencer a licitação do governo brasileiro para a compra de 36 caças, o chamado projeto F-X2, da Força Aérea Brasileira.
O avião norte-americano é o F/A-18E Super Hornet. Ele concorre com JAS-39 Gripen, da sueca SAAB e o Rafale, da francesa Dassault. A concorrência gira em torno de US$ 5 bilhões. Espera-se que até o fim de junho deste ano haja uma decisão do governo brasileiro.
“De 2009 até hoje, gastamos mais de US$ 5 milhões com uma série de visitas de militares brasileiros para fazer testes, entre outras coisas”, afirma Dana Dacharoeden, gerente o campanha F-X2 da Boeing. De acordo com ele, houve investimentos para enviar especialistas ao Brasil para explicar detalhes do Super Hornet.
O projeto F-X se arrasta desde o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). No segundo mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o projeto ganhou sufixo 2 e a disputa afunilou-se entre os norte-americanos, suecos e franceses. Em 2008, Lula chegou a dar uma declaração em favor da Dassault, mas ele terminou o mandato sem comprar os caças.
Com a manutenção de Nelson Jobim no Ministério da Defesa no começo da administração Dilma Rousseff, acreditava-se que os franceses se seriam confirmados como vitoriosos da licitação. No entanto, dois novos adiamentos para compra dos caças e saída de Jobim do governo reacenderam a disputa e motivaram a Boeing, que se mantém otimista na vitória da concorrência.
Além dos seus próprios esforços, Boeing tenta contar com a ajuda do governo norte-americano para convencer o Brasil a comprar os Super Hornets. Do ponto de vista diplomático, os Estados Unidos têm repetido que o Brasil tornou-se um aliado mundial do mesmo nível de Japão, Reino Unido e Alemanha.
Contudo, o principal ponto questionado no pacote da Boeing é a transferência de tecnologia.
Os EUA têm de pedir autorização do Congresso norte-americano para repassar determinadas informações para outros países. O problema, no entanto, é que até agora não está claro o que de fato poderá ser compartilhado.
A transferência dos códigos fontes do caça norte-americano é outro ponto de discussão. Principal secretário assistente do Departamento de Estado dos EUA, Thomas Kelly afirma que nenhum aliado norte-americano recebe códigos fonte de aeronaves produzidas pelo País. “Não podemos dar código fonte para nenhum país”, afirma.
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