O grupo gaúcho JMT anunciou nesta sexta-feira a venda da companhia aérea regional NHT ao grupo catarinense Acauã. A empresa tem apenas 0,02% do mercado doméstico brasileiro, mas está presente no aeroporto de Congonhas, o mais concorrido do País.
O negócio depende da aprovação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O pedido, segundo o JMT, foi protocolado nesta sexta-feira.
A Anac informou que não recebeu o pedido até o fechamento desta edição. O valor da aquisição não foi divulgado.
"O grupo decidiu focar seus esforços em seus outros negócios", disse o diretor-geral do JMT, Reinaldo Herrmann.
O grupo também é dono de empresas de transporte rodoviário e de concessionárias de caminhões Mercedes-Benz. Em 2011, a NHT faturou R$ 22 milhões, segundo Herrmann, e respondeu por 6% da receita do grupo. A companhia sofreu, como todas do setor, com a alta do combustível e ficou no vermelho, disse Herrmann.
O diretor da JMT Reinaldo Hermann afirmou que os novos controladores da companhia aérea afirmaram que não haverá demissões e que os voos regionais serão mantidos. “A sede continua em Porto Alegre, inclusive no mesmo endereço”, declarou o executivo.
A NHT começou a operar em 2006, mas surpreendeu o mercado quando conseguiu um espaço em Congonhas em abril de 2010. A empresa voa de São Paulo para Curitiba com aeronaves da fabricante checa LET, com capacidade para levar 19 passageiros. Ela tem seis aeronaves e atende 15 destinos, todos no Sul do País, com exceção de São Paulo.
O novo comprador, o empresário Jorge Barouki, fundador da Acauã, tem planos de expansão da NHT. "Vamos manter todos os destinos e queremos adicionar novos", disse.
Ele está estudando a compra de aviões maiores - o primeiro contato foi com a canadense Bombardier.
Barouki calcula que a companhia pode chegar a um faturamento anual superior a R$ 70 milhões. A estratégia dele será negociar parcerias com companhias aéreas maiores. "Não queremos bater de frente com as grandes, queremos ser seus parceiros", afirmou o empresário.
A NHT será o segundo negócio da Acauã no setor aéreo. A empresa também é dona da Vit Solo, que presta serviço de limpeza de aeronaves e faz o transporte de bagagens nos aeroportos. A empresa faturou R$ 78 milhões em 2011 e tem contratos com companhias, como TAM e Azul.
O grupo JMT não é o único interessado em vender sua empresa aérea. O empresário baiano Jorge Mello, dono da Abaeté, também procura compradores. "Não quero mais investir na linha aérea, vou ficar só com o táxi aéreo", disse.
O empresário criou uma empresa de táxi aéreo em 1979 e enxergou na operação de voos regulares um "caminho natural" para a expansão. Depois de 18 anos no ar, decidiu vender a companhia aérea. "Vi que o negócio precisava de muito dinheiro", disse.
A Abaeté é dona de duas aeronaves Embraer Bandeirante, mas parou de voar em março.
As dificuldades de operar com rentabilidade levaram muitas empresas aéreas a desistir da operação. Sete empresas regionais deixaram de voar nos últimos dois anos.
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