A Gol Linhas Aéreas encerrou o primeiro trimestre com prejuízo líquido de R$41,4 milhões, revertendo um lucro líquido de R$69,4 milhões no mesmo intervalo do ano passado.
Entre janeiro e março, a empresa foi afetada por um cenário de pressão nos custos operacionais, notadamente o custo de combustível, queda do real frente ao dólar e despesas com tarifas aeroportuárias nos principais aeroportos do Brasil.
"Adicionalmente, o resultado do período foi impactado pelas despesas com resultado financeiro de R$23,2 milhões e R$25,5 milhões de imposto de renda", afirmou a empresa em comunicado.
Analistas consultados pela Reuters não tinham uma linha de estimativas comuns para a companhia. Seis analistas previram prejuízos que iam de R$2,4 milhões a R$127 milhões, enquanto um esperava lucro de R$32 milhões.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação, amortização e leasing de aeronaves (Ebitdar,a na sigla em inglês) foi de R$267,9 milhões no período, queda de 24,2% ante o primeiro trimestre do ano passado. Os custos e despesas operacionais subiram 22,6% na comparação anual, para R$2,158 bilhões.
A receita líquida da companhia no primeiro trimestre foi de R$2,166 bilhões, alta de 14,3% em comparação ao primeiro trimestre de 2011.
Para divulgar os resultados, Constantino de Oliveira Junior realizou uma teleconferência com jornalistas. Na teleconferência, ele citou que a Gol pode procurar novas oportunidades de negócios no mercado internacional. "Não temos nada em vista, mas vamos observar essas possibilidades", afirmou. "Podemos começar com voos charters que, dependendo da consistência, podem se tornar voos regulares."
O executivo falou a respeito ao ser questionado se a empresa estaria em busca de outras oportunidades como o voo para Miami, via Caracas, na Venezuela, que deve começar a ser operado nos próximos meses - já que iniciativas do gênero devem elevar as receitas em dólar da empresa.
Constantino disse, porém, que esse tipo de oportunidade tem de ser analisada caso a caso, porque ela também eleva as despesas em moeda estrangeira. "Vamos continuar olhando oportunidades, mas não colocaremos em risco a perspectiva de melhora nas margens operacionais com a busca de mais receita em dólar", afirmou.
Oliveira Junior voltou a negar que a empresa esteja negociando a venda de uma nova parcela da empresa para a companhia Delta, que já possui cerca de 3% do capital da companhia (negócio fechado em dezembro do ano passado). "É boato", afirmou.
Sobre o programa de fidelidade Smiles, o vice-presidente de Finanças, Leonardo Pereira, disse que o cronograma previsto inicialmente não sofreu alterações e que a intenção da companhia é recolher dados sobre uma possível separação do Smiles em uma empresa independente (spin-off), a exemplo do que a TAM fez com o Multiplus, até o fim do primeiro semestre de 2013. O Boston Consulting Group foi contrato no início deste ano para assessorar a companhia aérea nesse processo.
Oliveira Junior também negou que a empresa esteja negociando a compra da aérea regional Passaredo, que há tempos é comentada no mercado. Segundo ele, as conversações entre as duas companhias referem-se apenas ao "aprimoramento" do acordo de codeshare já existente. O executivo reforçou que o mesmo ocorre com a Delta. "Todas as tratativas (com as duas empresas) não passam desse aprimoramento dos acordos de codeshare", disse.
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