Superstição é a crença sobre relações de causa e efeito que não se adequam à lógica formal, ou seja, são contrárias à racionalidade. Geralmente as crenças estão baseadas em tradições populares como a adivinhação, a astrologia, a sorte, etc.
Há diversas supertições na aviação a começar pelo nome dado às aeronaves. Como forma de trazer sorte, os fabricantes tentam sempre dar nomes às aeronaves com as iniciais do próprio fabricante.
Surgiram desse modo as sequências lógicas, como por exemplo, do Douglas e suas aeronaves comerciais (Douglas Commercial): DC-1, DC-2... até o DC-10. Já os aviões de guerra da mesma fabricante recebiam nomes e números, sempre começando pelo prefixo "Sky": Douglas C-47 Skytrain, A1H Skyraider, F3D Skynight, A-4 Skyhawk, F4D Skyray e F5D Skylancer.
Outra história curiosa está na criação dos aviões da Lockheed, conhecida desde o princípio por nomes de estrelas ou de corpos celestes. Dos velhos Orion, Vega, Electra, Constellation e Sirius, passando pelos caças P-80 Shooting Star e F-104 Starfighter.
O fundador da McDonnell, James S. McDonnell, sempre foi muito ligado ao ocultismo e ao animismo (o que é próprio da alma) e batizou quase todos os seus modelos de aviões com nomes "do além": F2H Banshee, F3H Demon, F-101 Voodoo e F-4 Phantom.
A Boeing parece acreditar muito na numerologia, pois a nomeclatura de seus jatos possuem quase sempre "números da sorte" e religiosos. Além dos famosos Boeing 307 Stratoliner, Boeing 377 Stratocruiser, B-17 Flying Fortress, B-29 Superfortress, B-47 Stratojet e B-52 Stratofortress, há a família que vai do 707 ao 777. O número 7 é considerado o número perfeito (sete dias da semana, sete cores no arco-íris, sete pecados capitais, etc.). Já o 3 representa a santíssima trindade e o 1 o primogênito.
A brasileira Embraer passou a utilizar números, principalmente após ter o avião Bandeirante apelidado em outros países de Bandit (bandido). Muitos estrangeiros não conseguiam pronunciar o nome correto e logo o avião ganhou o famigerado nome.
Os apelidos são um temor constante das fabricantes, pois como há muita gente supersticiosa no mundo, um apelido pode dar margem para sinais de má sorte, e consequentemente um destino trágico. Confira o apelido que algumas aeronaves ganharam após alguns episódios de má sorte:
A320: Após alguns acidentes, recebu apelidos clássicos - "Cortador de Grama de Toulouse", "Chuky, o brinquedo assassino" e "John Wayne", porque corta árvores, move montanhas e mata índios.
BAe146: "Câmara de Gás", "Bring Another Engine", "One-Four-Sick", "Auschwitz Aéreo", entre outros, em função das constantes contaminações por fumaça na cabine. Além de "Submarino" por voar baixo e devagar.
B707: "Transformer" porque taxia quadrimotor, decola trimotor e pousa bimotor.
B737: "Tin Mouse", "Pocket Rocket Socket", "FLUF - Fat Little Ugly Fucker" e "Baby Boeing".
B747: "Whale" e "Upstairs and Downstairs".
B747-SP: "Short Plane" e "Stupid Purchase".
B777: "Bigfoot"
C130 Hercules: "Fat Albert" e "Trash hauler".
Cessna 210 Centurian: "Coffin".
Cessna Citation: "Slowtation", "Nearjet" e "Bugjet".
DC-8: "Old Smokey", "Greasy 8" e "Death Cruiser".
DC-10: "Diesel 10", "Death Cruiser 10" e "Crowd Killer".
MD-11: "More Death 2", "Scud", pois depois de decolar, não há certeza de onde irá cair e "Meu Deus-11".
F100: "Fokker Yourself", "Fode 100", "Maestro", pois em cada aeroporto há um "concerto".
L-049 Constellation: "Consertation".
LearJet: "FearJet" e "Noisemaker".
Metroliner: "Death pencil", "The Screamin Weenie" e "Terror Tube".
PA-38 Tomahawk: "Traumahawk", "Terrahawk" e "SpinMaster".
Tão antigo quanto seus apelidos, há também a maldição dos prefixos. Parece haver um fascínio dos superticiosos em relacionar os prefixos das aeronaves aos acidentes/incidentes que as mesmas se envolvem. Contudo, é justamente a estranha coincidência das letras que fortalece entre aeronautas e aeroviários a tese de que certas letras dão realmente azar.
AZAR Nº 1: Prefixos verdadeiros em maquetes
Você já reparou que as maquetes de fibra de vidro, daquele tipo exposto em agências de viagens, utilizam-se de prefixos inexistentes?
A razão para isso é a superstição de que aviões com prefixos reais representados em maquetes acabam envolvendo-se em acidentes.
A tese foi inicialmente corroborada no Brasil pelo acidente ocorrido com o Constellation L-1049G da Varig, PP-VDA. Ao receber as primeiras maquetes, que mostravam esse prefixo, os diretores da Varig não acharam nada demais. Menos de dois anos depois de entregue às agências de viagens, justamente o PP-VDA acidentou-se. Foi em 16/8/1957 ao largo de Puerto Plata, República Dominicana. Foi o que bastou: Ruben Berta pessoalmente ordenou que todas as maquetes da empresa passassem a ostentar o prefixo fictício "PP-VRG". Atitude essa seguida pelas outras empresas em relação aos prefixos em suas maquetes.
AZAR Nº 2: Mostrar em anúncios o prefixo das aeronaves
Vem dessa época uma superstição muito parecida: aviões mostrados em anúncios, com seus prefixos verdadeiros aparentes, envolvem-se em acidentes.
As fotos de aviões usadas em anúncios da Varig eram portanto sempre retocadas, com as matrículas reais apagadas ou substituídas pelo PP-VRG. A tradição foi quebrada num anúncio da Varig Cargo, que mostrava justamente, adivinhe: o 707-320C PP-VJZ, aeronave que acidentou-se em 11 de julho de 1973 nas cercanias do aeroporto de Orly, Paris, matando quase todos os ocupantes!
AZAR Nº 3: Prefixos com a letra K no Brasil
Esta parece ser a letra mais azarada da aviação brasileira, além da letra S nos prefixos dos aviões da extinta Transbrasil e da letra E nos prefixos dos aviões da também falida VASP.
Acidentes com aeronaves cujos prefixos terminava em "K" ocorreram com quase todas as grandes empresas brasileiras. A série de acidentes com aeronaves de prefixo E, K e S só não é mais longa porque, aqui no Brasil, a letra passou a ser evitada. A GOL é uma das novas companhias aéreas que não tem essas letras nos prefixos de suas aeronaves.
A longa série de acidentes começa com o Messerschmitt Me-206 PP-VAK da Varig, acidentado em 7/3/1948. A lista segue com o DC-3 da Cruzeiro do Sul, PP-CCK, que teve de fazer um pouso forçado em Trinidad, Bolívia, em 27/07/1951. Depois, foi a vez da Real Aerovias perder o DC-3 PP-YPK em Campo Grande, MS, em 28/08/1953. A Nacional perdeu outro DC-3, PP-ANK, acidentado ao decolar do aeroporto da Pampulha, MG, em 6/09/1956 e a Varig perdeu o DC-3 PP-YPK, acidentado em Porto Nacional, GO, em 23/06/1966.
Entre alguns acidentes mais recentes com esse prefixo, está o ocorrido com a Varig que perdeu o PP-VMK. O 737-200 tragicamente acidentado em São José do Xingú, MT. O 737 decolou de Marabá com destino à Belém, escala final do voo RG254. A tripulação plotou no sistema de navegação da aeronave a proa 270º (proa oeste), ao invés da proa correta que seria 027, no rumo N/NE. Após voar algumas milhas a aeronave fez um pouso em pane seca na floresta, à noite. Milagrosamente, escaparam com vida 42 dos 54 ocupantes do avião.
E talvez tão famoso e trágico quanto os acidentes anteriores tenha sido a queda, em 31/10/1996, do PT-MRK, o Fokker 100 da TAM que caiu sobre casas do bairro do Jabaquara, em São Paulo, matando seus 99 ocupantes e mais 3 pessoas em solo. E também, o maior acidente da aviação civil brasileira, o Airbus PR-MBK da TAM que se acidentou em Congonhas-SP.
Lembre-se, as superstições podem nem sempre estar erradas...
Speech de boas vindas!
Senhoras e Senhores,
Bem vindos ao blog "aqui em cima".
Obeservem o número da poltrona no cartão de embarque.
Junto as saídas de emergência, não é permitida a acomodação de crianças ou colocação de bagagens.
Acomodem a bagagem de mão no compartimento acima ou embaixo da poltrona à sua frente.
Lembramos que os pertences de mão trazidos a bordo são de responsabilidade dos clientes.
Obrigado.
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