GOL elimina serviço de bordo gratuito nos voos onde já existiam o serviço vendido

Acabaram-se os amendoins, bolachinhas, refrigerantes e batatas chips entregues sem custo extra nos voos da Gol Linhas Aéreas. Diversos itens agora são vendidos aos passageiros por preço mínimo de R$ 3, se a opção for um cafezinho de 50 ml. O lanche foi suspenso nas rotas com mais de uma hora e 15 minutos e que já ofereciam a opção de serviço de bordo pago desde o dia 16.

Essa estratégia já é adotada pela Webjet, aérea adquirida pela Gol no ano passado. A empresa, que se autodenomina de baixo custo e baixa tarifa, oferta combos de minissanduíche, chocolate e suco de frutas de 200 ml a partir de R$ 10. A justificativa é que a cobrança propicia bilhetes mais em conta que os da concorrência.

Questionada, a Gol não respondeu se a estratégia resultará em redução dos preços das passagens nem como o serviço - implantado em 2009 - poderá elevar a receita. Dos 900 voos, 180 possuem o serviço pago. "O projeto está em plena expansão e prevê, até o fim deste semestre, a implantação na maior parte das rotas com duração acima de uma hora e 15 minuntos de voo."

Para a supervisora técnica da Fundação Procon-SP Solange Prado, o serviço de bordo já é um costume no mercado brasileiro, sendo assim, é considerado direito do passageiro. "A Gol não informou aos consumidores a suspensão dos serviços. Deveria ter feito ampla divulgação para que as pessoas não fossem pegas de surpresa."

A especialista disse que a comissão técnica de transporte e turismo do Procon está tratando da questão. As queixas dos clientes serão monitoradas, assim como a posição da empresa de aviação, que está sujeita à notificação e autuação pelo órgão de defesa do consumidor. Solange acrescentou que não há impedimento legal para essa prática, mas o correto é que a informação seja dada no ato da compra do bilhete.

Durante os voos da Gol, os passageiros só terão gratuitamente a água, quando solicitar. Por enquanto, os pagamentos só podem ser feitos em dinheiro, mas a aérea aceitará, em breve, cartões de crédito. A bordo, o refrigerante custa R$ 5, valor 195% maior do que no supermercado ou 66% a mais que nas vending machines (máquinas instaladas nos principais aeroportos do País), onde a bebida é vendida por R$ 3.

Dentro da aeronave, o pacote de 30 gramas de batata chips custa R$ 5, enquanto no mercado o valor é R$ 3,20 pela embalagem com 60 gramas. Em uma das lanchonetes do aeroporto de Guarulhos, o valor é um pouco mais salgado R$ 5,90.

Em relação aos sanduíches, na Gol são cobrados R$ 12 por três tipos. Esse é o mesmo valor cobrado pela Webjet, que ainda vende macarrão instantâneo a bordo. Em Guarulhos, o lanche sai por R$ 5,90, mas no aeroporto de Congonhas, o valor médio é de R$ 13,50.
(atual cardápio da GOL)
As principais concorrentes da Gol Linhas Aéreas descartam a hipótese de começar a cobrar valor extra pelo serviço de bordo. A Avianca informou que continuará a oferecer os lanches quentes até em seus voos mais curtos. Ontem, a aérea lançou cardápio vegetariano, que poderá ser pedido pelo cliente no momento da compra do bilhete. A opção é válida para as rotas com mais de uma hora.

A TAM, que também não cobra pelo serviço, tem três opções de lanches para voos, conforme a distância. Nas rotas nacionais, a empresa realiza festivais sazonais, que acontecem paralelamente à matriz de serviços. E nos internacionais, o menu é elaborado pela chef Bel Coelho.

Na Azul, bebidas e snacks (biscoitos, batata chips, amendoim e goiabinha) também são gratuitos e à vontade. Não está nos planos da empresa alterar isso.