A Hong Kong Airlines, ligada à chinesa Hainan Airlines, ameaçou cancelar a encomenda de dez unidades do A380 à Airbus diante das crescentes tensões entre China e União Europeia por causa do programa europeu de emissões de carbono, noticiou na quinta-feira o South China Morning Post.
A China, em fevereiro, proibiu as companhias aéreas do país de aderirem ao esquema sem aprovação, alegando que viola as leis internacionais.
"Não podemos fazer algo que vá contra os interesses do país", declarou ao jornal o presidente da companhia aérea, Yang Jianhong.
A HK Airlines tinha encomendado dez unidades do A380 em um preço total de tabela de 3,8 bilhões de dólares.
"Não posso confirmar isso (o suposto cancelamento do pedido) e não tenho comentários a fazer", disse Kenneth Thong, responsável pela governança corporativa e negócios internacionais da companhia.
A China ameaçou tomar medidas em retaliação contra o esquema que taxa as emissões de carbono.
O programa, que cobre a emissão de carbono por companhias que pousam ou decolam do continente, também gerou críticas de outros países, que dizem que o esquema considera as emissões desde o ponto de origem, não só na Europa, excedendo, assim, a jurisdição legal da UE.
A China é um dos países, entre mais de duas dezenas, incluindo a Rússia, a Índia e os Estados Unidos, que se opõem ao sistema europeu de emissões, aplicável a todos os aviões que aterram, ou levantam voo, a partir da Europa.
"O Ministério da Economia da Alemanha encara com preocupação os atuais desenvolvimentos no que toca ao comércio europeu de emissões", garantiu, em conferência de imprensa, a porta-voz ministerial alemã Tanja Kraus, acrescentado que se devem evitar conflitos comerciais.
Sem referir qualquer situação específica, Tanja Kraus afirmou que o Ministério da Economia alemão espera que a Comissão Europeia abra rapidamente negociações com os países em causa. "O objetivo destas negociações terá de ser um claro aliviar da situação", acrescentou.
Bruxelas já disse que a taxa sobre as emissões de dióxido de carbono vai ajudar a União Europeia a alcançar o objectivo de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 20 por cento, até 2020.
O executivo comunitário também já avisou que não vai voltar atrás com a medida, apesar das acusações de violação da legislação internacional.
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