A paralisação do pessoal de cabine da Lufthansa na semana passada chamou a atenção para as dificuldades financeiras pelas quais a maior companhia aérea alemã vem passando, assim como a maioria de suas concorrentes europeias. Mas, enquanto a crise da dívida do euro abala os orçamentos das companhias, os negócios vão de vento em popa para as fabricantes de aviões.
Os números são claros: a cada 15 anos, o tráfego aéreo dobra, e as grandes fabricantes de aviões registram um recorde após o outro. Recentemente, a empresa europeia Airbus foi destacada por ter criado mais de 15 mil empregos em 2011 e investido cerca de 14 bilhões de euros em suas 15 fábricas na Europa.
"A indústria de aviões detém hoje 15 milhões de postos de trabalho no mundo todo e gera um Produto Interno Bruto equivalente a 400 bilhões de euros", ressaltou um porta-voz da Airbus numa conferência de investidores internacionais em La Baule, na França. Na ocasião, a empresa recebeu o prêmio de "Melhor investidor europeu na Europa".
A crise do euro pode representar rendimentos adicionais para a europeia Airbus. O presidente da empresa, Fabrice Bregier, apontou na revista Wirtschaftswoche que o câmbio poderia inflar o resultado operativo da Airbus. "No câmbio atual de 1,25 dólar por euro, isso significa um rendimento adicional de 1 bilhão de euros", estima. "Como fabricamos nossos aviões na Europa, mas os vendemos em dólar, isso representa maiores receitas para nós."
Apesar da crise da dívida na Europa, a Companhia Aeronáutica Europeia Espacial e de Defesa (EADS, na sigla em inglês) – da qual a Airbus é uma das divisões – elevou suas projeções de lucros e estima um resultado operacional de 2,7 bilhões em vez dos antes previstos 2,5 bilhões de euros. O principal motivo é a surpreendente demanda por aviões econômicos na Ásia.
O tráfego aéreo é um motor de crescimento global e parece que assim permanecerá, apesar da crise. Até o momento, o número de passageiros cresceu em média 5% ao ano mundo afora. A Airbus, assim como a concorrente norte-americana Boeing, prevê uma crescente demanda por novos aviões para os próximos 20 anos.
As fabricantes são beneficiadas principalmente por dois cenários. Em primeiro lugar, cada vez mais pessoas dos países emergentes podem bancar uma viagem aérea. Além disso, aviões antigos precisam ser substituídos no países desenvolvidos.
A demanda contínua por aviões econômicos é a principal responsável pelos negócios do setor. O preço constantemente elevado dos combustíveis abala o orçamento das companhias aéreas. Na Europa, há ainda a conjuntura incerta devido à crise da dívida. A isso somam-se requisitos legais controversos, como o imposto sobre as passagens na Alemanha e no Reino Unido, e a taxa de proteção climática estabelecida na União Europeia (UE).
Apesar do aumento internacional do número de passageiros, a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, na sigla em inglês) estima um prejuízo de 1,1 bilhão de dólares (871 milhões de euros) para as companhias aéreas europeias em 2012.
Ao mesmo tempo, a IATA prevê um lucro de 3 bilhões de dólares para as empresas do setor mundo afora. Melhores rendimentos no continente americano devem compensar o elevado prejuízo na Europa e os modestos números na Ásia. Em 2011, porém, as companhias aéreas registraram um lucro de 7,9 bilhões de dólares.
Há muito tempo a Europa não responde mais pela maioria das encomendas do setor aeronáutico. No caso da Airbus, os clientes europeus representam apenas 15% da receita. Os modelos para trechos de curta e média distância são os mais requisitados. É o caso do A320neo da Airbus e do Pendant 737MAX da Boeing, que deverão ser lançados em 2015 e 2017, respectivamente, consumindo cerca de um terço a menos de combustível do que muitos dos jatos que substituem.
O sucesso de aeronaves do tipo no mercado levou a brasileira Embraer a restabelecer seus planos para tal segmento. A fabricante pretende produzir uma versão econômica de seus aviões da classe E.
A Embraer é líder de mercado no segmento de jatos regionais com capacidade de 60 a 120 passageiros. A empresa brasileira disputa com a canadense Bombardier o terceiro lugar entre as maiores fabricantes de aviões do mundo.
Com cerca de 300 milhões de passageiros, a China ocupa atualmente o segundo posto, atrás do tradicional e maior mercado aéreo mundial Estados Unidos. As companhias aéreas chinesas foram responsáveis por metade dos lucros do setor em 2011.
Enquanto isso, as companhias aéreas europeias seguem adiante na batalha para vencer as dificuldades financeiras. No primeiro semestre deste ano, a Lufthansa registrou um prejuízo operacional de 20 milhões de euros.
Na briga com a Organização Sindical Independente do Pessoal de Cabine da Alemanha (UFO, sigla em alemão), que levou à paralisação de sexta-feira e outras anteriores, o presidente do sindicato, Nicoley Baublies, pede que a Lufthansa avalie as sugestões para cortes de gastos apresentadas pelo UFO. O plano representaria para a empresa uma economia de 8% ou 72 milhões de euros com pessoal por ano.
Lufthansa e sindicato entraram em acordo sobre um processo de arbitragem. Até a próxima quarta-feira, um plano conjunto sobre tal processo deverá ser apresentado. Caso a arbitragem não chegue a uma solução, a UFO ameaça a companhia aérea com novas e extensas greves.
A Embraer é líder de mercado no segmento de jatos regionais com capacidade de 60 a 120 passageiros. A empresa brasileira disputa com a canadense Bombardier o terceiro lugar entre as maiores fabricantes de aviões do mundo.
Com cerca de 300 milhões de passageiros, a China ocupa atualmente o segundo posto, atrás do tradicional e maior mercado aéreo mundial Estados Unidos. As companhias aéreas chinesas foram responsáveis por metade dos lucros do setor em 2011.
Enquanto isso, as companhias aéreas europeias seguem adiante na batalha para vencer as dificuldades financeiras. No primeiro semestre deste ano, a Lufthansa registrou um prejuízo operacional de 20 milhões de euros.
Na briga com a Organização Sindical Independente do Pessoal de Cabine da Alemanha (UFO, sigla em alemão), que levou à paralisação de sexta-feira e outras anteriores, o presidente do sindicato, Nicoley Baublies, pede que a Lufthansa avalie as sugestões para cortes de gastos apresentadas pelo UFO. O plano representaria para a empresa uma economia de 8% ou 72 milhões de euros com pessoal por ano.
Lufthansa e sindicato entraram em acordo sobre um processo de arbitragem. Até a próxima quarta-feira, um plano conjunto sobre tal processo deverá ser apresentado. Caso a arbitragem não chegue a uma solução, a UFO ameaça a companhia aérea com novas e extensas greves.
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